CARROS AUTÔNOMOS: JÁ ESTAMOS NO FUTURO?

Vivemos uma era em que a tecnologia avança a passos largos. Algumas criações são tão inovadoras que fazem parecer que estamos vivendo em filmes de ficção cientifica. No final de 2019 foi lançado o CyberTruck da Tesla, um exemplo desse tipo de inovação, pois é um veículo autônomo, movido a bateria e com design futurista que parece ter saído de um filme cyberpunk.

Com esse lançamento os carros autônomos voltaram a estar em destaque e muitos se questionam a cerca dessa tecnologia.

Já existe há alguns anos no mercado automotivo, sistemas de navegação que automatizam algumas funções nos carros, como câmeras, sensores, GPS, freios ABS e até dispositivos de detecção de fiscalização. Nada disso é novidade, vários carros atualmente são equipados de fábrica com esses acessórios, o grande diferencial desses últimos anos são os softwares chamados de IAs (Inteligências Artificiais).

Na prática esses softwares são capazes de gerenciar vários sensores e sistemas de controle para poder mapear o ambiente e determinar as melhores ações a serem executadas de maneira segura e confiável.

Mas o quanto essas IAs são capazes de simular as decisões humanas no trânsito, principalmente em face de um acidente iminente?

É sabido que a massiva maioria dos acidentes de trânsito são causados pelo fator humano, nesse caso os carros autônomos podem ajudar a diminuir a quantidade de acidentes. Por outro lado, um ser humano pode perfeitamente julgar o peso de algumas decisões no trânsito, coisa que um software não poderia fazer. Esse é o grande desafio e um dos maiores assuntos nos debates sobre carros autônomos.

 Por exemplo, as nuances do dia a dia no trânsito são bem corriqueiras para uma pessoa, mas podem ser um problema na hora da programação do software. Se uma bola começa a rolar numa rua, um motorista já diminui a velocidade, pois provavelmente em seguida da bola virá uma criança atrás dela. Como ensinar isso para uma IA?

Outro fator interessante é que os carros autônomos são programados para respeitar as regras de trânsito, e como bem se sabe, nem todos os motoristas e pedestres as respeitam. Em agosto de 2015 ocorreu um acidente com um carro autônomo do Google, que ao se deparar com uma faixa de pedestres parou, o que é o certo, porém veio um carro atrás dirigido por uma pessoa, que não parou e bateu na traseira dele.

Outro exemplo bem prático é sobre os pedestres que nem sempre atravessam nas faixas ou semáforos. Se um carro autônomo se deparar com um sinal verde ele vai seguir, independentemente se existe um pedestre por perto ou não. O sensor do carro pode até detectá-lo, mas o carro conseguirá fazer a frenagem a tempo?

Agora imaginemos que em um cenário ideal todos os veículos nas ruas seriam autônomos, conversam entre si através da conectividade e assim pode-se evitar uma série de acidentes.  Nesse caso um outro problema, já existente, pode ser agravado: se o carro é dirigido por um software, isso significa que ele pode ser hackeado e pior, se todos os carros são autônomos então todos eles podem ser hackeados.

Imagine a seguinte situação, um presidente ou alguém de alto poder de decisão entra em um carro autônomo e esse carro é hackeado. Dependendo do objetivo desse ataque várias coisas podem acontecer: essa pessoa pode ser sequestrada, pode ser morta, podem ser feitas exigências para as autoridades e dependendo da situação política do país o regime governamental pode ser derrubado.

Parece uma situação que saiu de um episódio de Black Mirror ou Mr. Robot, mas se pararmos para pensar que atualmente temos assistentes pessois digitais com quem podemos interagir, IoT em várias coisas dentro das nossas casas e quase tudo conectado à internet, podemos perceber que não é uma situação tão absurda.

A Wired Security fez, há algum tempo, um teste de segurança com um desses carros, veja o resultado:

Um fator importante é a responsabilidade, se um carro autônomo se envolve em um acidente, de quem é a culpa? Do passageiro? Do dono do carro? Da montadora? Do aplicativo? Do programador da IA?

Ainda são muitas perguntas a serem respondidas. Não há dúvidas dos benefícios que as IAs e os carros autônomos podem trazer para a sociedade, mas essas ainda são tecnologias que precisam evoluir bastante com relação à segurança antes de serem implementadas para o público geral.

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